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Quem rompeu barreiras: a internet ou o amor?

Como a tecnologia ajudou a superar a distância física, o preconceito e as
barreiras sociais para aproximar duas pessoas de gerações diferentes que
resolveram viver o seu amor.


Será possível o amor verdadeiro estar ao nosso lado? Para Maria 1 , professora
aposentada, o amor estava a quinhentos quilômetros de distância.


No dia 14 de dezembro de 2007, em frente à tela do computador, ela entrou na
sala de bate papo ig, e recebeu uma mensagem:

- Olá, tudo bem?
- Oi, estou sim, e você?


O coração acelerou, apesar da descrença em relacionamentos virtuais. Mas a
cada dia que passava o sentimento ia aumentando.


Como nem tudo é conto de fada, Maria descobriu que ele morava com outra
mulher e seus dois filhos. Sem se importar, continuaram conversando.


Passaram dois anos...


Na folia do carnaval de 2009, chegou o dia tão esperado.


“Foi fascinante, encontrei João 2 na rodoviária e, quando ele desceu do ônibus,
foi uma emoção muito grande”, lembrou Maria.
As pernas tremiam e a cada passo aumentava a emoção.
O abraço durou quase dez minutos, ouviam apenas o barulho de seus
corações, nada importava mais.


Maria estava confiante. Fazia questão de mostrar a todos seu lindo sorriso.
João era seu verdadeiro amor. Passados alguns dias, o telefone tocou:


- Alô?
- Alô, é a Maria?
- Sim, sou eu mesma, com quem falo?
- A mulher do João. Você está com meu marido, é?


Maria tentou conversar, mas a voz do outro lado estava nervosa e a ofendia
com palavras. A mulher de João estava ao lado de suas duas filhas, de um
antigo relacionamento.


“Elas me xingaram, fiquei passiva, apenas escutando. Uma das filhas dela,
falou comigo com educação, aí eu perguntei qual era a verdade.”


- Sim, meu padastro ainda vive com minha mãe. Eles tiveram dois filhos, um
casal de adolescentes, a menina tem 16 anos e o menino tem 14 anos e, há
muito tempo, meu pai dorme no quarto do meu irmão, e a minha irmã dorme
sozinha no quarto dela, e minha mãe dorme no sofá da sala assistindo televisão.

Era essa a vida dele, ele não vivia com ela matrimonialmente - contou Eduarda,

filha caçula.


Depois da longa conversa, Maria desligou o telefone, começou a refletir sobre
sua vida amorosa e decidiu perguntar para ele o motivo de não se divorciar. A
resposta veio em tom e triste e cabisbaixo, sobre os bens que possuíam em
conjunto.


Incerta, Maria resolveu continuar o relacionamento. Alguns anos depois, João
percebeu que precisava tomar uma decisão, mesmo que perdesse dinheiro e
decidiu se separar da mulher.


Para felicidade de Maria, neste ano completam onze anos juntos. Ela, com 64
anos, e ele, com 45 anos.


“Não existe ciúmes entre nós, estamos em um namorico, ele lá e eu
cá. Um confia no outro, não há cobranças, só que sou muito fiel, e nós nos
damos muito bem, ele me respeita de tal maneira que isso
me fascina, pois hoje em dia é muito raro”, diz ,entusiasmada.


Maria tem dois filhos, e contou a eles toda sua história. Somente o mais velho,
que atualmente mora em Portugal, conhece João pessoalmente.


Focando no sentimento dos pombinhos, ela diz com o coração cheio de alegria:
“Não estamos apaixonados um pelo outro, pois paixão é coisa doentia. Nós
nos amamos, um amor muito sublime, um amor totalmente diferente de paixão.
Amor é uma quietude no nosso coração, deixa a gente leve. É o sorriso, o
olhar, um abraço, amar é respeitar o individualismo do outro, sem cobranças”,
finaliza Maria.


Através de um clique, na internet, Maria e João encurtaram a distância que
separava seus corações, mas nada seria possível se não houvesse amor.

Este é uma história real. Trouxemos apenas os nomes fictícios para preservar a privacidade dos entrevistados.  

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